Hoje, 16 de dezembro, é comemorado o dia do Teatro Amador. Celebramos nessa data o fazer teatral livre, sem interesses econômicos. Os poucos recursos existentes são utilizados para produzir o espetáculo, como cenário, figurino e maquiagem, para citar alguns exemplos.
Gostaríamos de tirar o significado pejorativo da palavra amador, utilizado por muitos para justificar os trabalhos que não são profissionais ou comerciais. Que fique claro que não estamos falando de pessoas inexperientes, mas sim de quem pratica com prazer, que aprecia as artes cênicas.
O teatro amador ganha força no Brasil a partir de 1930. Com a chegada do cinema, os grupos reconhecidos profissionalmente perderam espaço, assim o teatro amador chega para dar um novo fôlego, abandonando as velhas práticas e inovando as formas de representação, de contar histórias, de montagem etc. No final da década de 50, surgem os festivais para grupos amadores, ocorrendo trocas de experiências, descobertas e encontros.
De acordo com Flaviano Souza Silva, podemos dividir o teatro amador em quatro grupos: os de constituição mista, cujos membros são de diversas áreas e da comunidade em geral; de estudantes, que atuam apenas no meio acadêmico; grupos de comunidades ou populares, que se preocupam mais com o lado lúdico ou causas sociais da comunidade do que a estética; e artistas profissionais, mas que, por opção, não visam lucro com suas atividades.
Em resumo, gostaríamos de destacar a função social do teatro, que colabora para o desenvolvimento individual do sujeito que pratica, mas também da comunidade onde está inserido. Alguns praticam apenas por prazer, mas é clara a sua transformação do ponto de vista da comunicação e do autoconhecimento. Trata-se de uma ferramenta poderosa de transformação social. Viva o teatro, Viva o teatro amador!
Para conhecer mais:
Silva, Flaviano Souza. Atos de prazer: o grupo Palco & Rua e o teatro amador na cidade de Ouro Preto – 1976 a 2012. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes, 2014.
Silva, Luciana Penas. A contribuição dos grupos amadores de teatro para a vida cultural da cidade de São Paulo apesar da censura e o controle do Estado. Relatório CNPQ/PIBIC. Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Artes, 2011.
Vilela, Ney. Teatro Amador Paulista: voz libertária em tempos de silêncio (1964 - 1985). Revista Leituras da História. Disponível aqui.
Inscrições abertas nas Fábricas de Cultura
