Plano Municipal de Cultura de São Paulo é avaliado pela população


No início deste mês de março, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo realizou diversas audiências abertas ao público, em diferentes locais da cidade, para ouvir a opinião das pessoas sobre o Plano Municipal de Cultura, instrumento desenvolvido para centralizar dados, informações e metas relacionadas à área da cultura no município.

A nossa usineira Mabel Coelho compareceu em uma das audiências regionais, que foi realizada na região central de São Paulo, como representante da Usina dos Atos por meio do projeto Movendo Atitudes, e nos contou que decidiu participar "para conhecer os planos e projetos da Prefeitura para a área de cultura".

Entre tantos motivos e expectativas, Mabel explicou que seu principal objetivo era ouvir da Secretaria os objetivos, metas e projetos para os próximos anos, além de poder argumentar em caso de desacordo. "Considero que eles atenderam  essa expectativa, mas, por outro lado, acredito que poderiam ter disponibilizado o material com antecedência para que pudêssemos ter melhor clareza sobre o que foi desenvolvido e ter mais tempo para elaborar melhor as propostas de inclusão e alteração de alguma meta ou eixo", complementou.

A audiência foi dividida em diferentes grupos que trataram de diversos assuntos que se interligam. Mabel Coelho, nossa representante, participou de duas "mesas", sendo uma com o assunto Cultura Digital e a outra sobre Cultura Popular. No primeiro grupo de debate, o foco da discussão era analisar se o Plano contemplava as iniciativas de maneira satisfatória. "Questionei que a cultura digital ainda é vista de maneira vertical, imposta e não orgânica. Normalmente, eles não consideram as necessidades reais de cada região, apenas constroem alguma coisa física, em horários que não atendem bem a população mais próxima, e essa "coisa" não possui nenhum monitoramento ou adequação. Então, depois de algum tempo, acaba se tornando obsoleta", explica Mabel.

Outros aspectos negativos também foram levantados, como por exemplo, a não utilização de instrumentos de cultura digital pela própria Prefeitura, a falta de planejamento para formações continuadas, a possibilidade de utilização de softwares livres, a dificuldade de uso do site SP Cultura, que foi criado para ser o ponto de ligação entre as pessoas, mas que não funciona como o esperado, entre outras questões.

Na segunda mesa, que falava sobre Cultura Popular, Mabel conta que ficou mais como ouvinte. "E foi bom, porque a mediadora passou por todas as metas do plano, o que me permitiu entender melhor os termos e significados. Por exemplo, no Plano eles não consideram a "rua" como espaço público de cultura. Isso foi debatido e pedimos a alteração desse ponto, porque a "rua" é sim um espaço público que pode ter o mínimo de infraestrutura para realização de atividades culturais", expõe.

"Além disso, no diagnóstico, eles só consideram espaços e estruturas que foram construídos pela Secretaria e não da cidade como um todo. Nesse sentido, pedimos uma meta na qual seja feito um mapeamento real das atividades e espaços da cidade de São Paulo e não apenas da Secretaria Municipal de Cultura", complementa Mabel.

Outra contribuição da nossa usineira nesse processo foi a sugestão de incluir um eixo de comunicação entre as metas descritas no Plano Municipal, de modo que sejam feitos mais investimentos em mídia e para que a população conheça mais as atividades culturais da cidade, sejam elas da periferia ou não. E ela ainda conclui sua visão sobre o projeto de forma não muito animadora: "Bem, o que ficou claro para mim é que mais uma vez eles construíram um plano no qual não há integração com as outras secretarias da cidade e o pior, é sempre de cima para baixo. O povo, nós, cidadãos civis, nem somos citados ou levados em consideração nas metas, eixos e tampouco nas diretrizes. Proximidade com o público? Passou longe!", finaliza Mabel.

Para nossos leitores que se interessaram pelo assunto e gostariam de conhecer mais sobre o Plano Municipal de Cultura, basta clicar aqui e conferir todas as novidades que estão por lá. A consulta pública estará aberta até sexta-feira, 25 de março.

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