Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Por Gislaine Vollet
18.10.2021

 

A data teve origem em 1987, por iniciativa do padre francês Joseph Wresinski, que foi uma das primeiras pessoas a colocar em evidência o vínculo entre direitos humanos e extrema pobreza. 

Ele convidou as pessoas a se reunirem em honra das vítimas da fome e da pobreza em Paris, ao seu apelo responderam cem mil pessoas. Em fevereiro de 1987, Joseph Wresinski solicitou à Comissão de Direitos Humanos: “Onde há homens condenados a viver na miséria, os direitos humanos são violados. Unir-se para fazê-los respeitar é um dever sagrado.”

Por este ato, o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza foi celebrado pela primeira vez em 17 de outubro de 1987, em Paris, na Praça dos Direitos Humanos e Liberdade – mesmo local onde a Declaração dos Direitos Humanos foi assinada, em 1948.

Alguns anos depois, em 1992, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas oficializou esta data com o objetivo de dar visibilidade ao elevado número de pessoas que vivem na extrema pobreza – questão entendida até como crime pelos Direitos Humanos e, por isso, obrigação dos governos em assegurar sua erradicação. Desde a sua origem, o objetivo da data é de conscientizar a sociedade e os governos de todo o mundo sobre o elevado número de pessoas que ainda estão vivendo na extrema pobreza, expostos à miséria, fome crônica e violência.

No Brasil, por exemplo, os rendimentos entre pobres e ricos estão cada vez mais desiguais. O aumento dessa desigualdade é reflexo direto da recessão do mercado de trabalho, impactando de modo muito mais acentuado os trabalhos informais que majoritariamente são ocupados por pessoas em vulnerabilidade social. Ou seja, as pessoas que deveriam estar protegidas por políticas de erradicação da pobreza são justamente as que mais são prejudicadas. Atrelado a essas problemáticas, existe um distanciamento de políticas públicas daqueles que dependem de auxílio do Estado, o que ocasiona um agravamento substancial do empobrecimento da população.

O Brasil continua um país de alta desigualdade de renda, mesmo se comparado a outras nações da América Latina, continente com desigualdade acentuada. Em 2018, no Brasil, de acordo com dados do IBGE, existiam 13,5 milhões de brasileiros vivendo em condição de extrema pobreza.

Para mudar este cenário, devem ser realizadas constantemente a construção de um conjunto de políticas públicas inclusivas nas áreas do trabalho, renda, educação, acesso à terra e produção para que as pessoas possam edificar suas vidas e se emancipar da situação de pobreza.

Em 2015, líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York, e decidiram por um novo plano de ação com metas de realização mais abrangente, criando a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável por meio dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). A erradicação da pobreza aparece como primeiro objetivo dentre os 17 tópicos trabalhados por esta nova agenda global. O ODS1 postula “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. E como disse, Joseph Wresinski, para colocar fim à extrema pobreza, leis nacionais e internacionais devem ser aplicadas. “É uma obrigação moral da sociedade.”

Sendo uma obrigação moral da sociedade, é importante celebrar todas as iniciativas envolvidas nesta causa e parabenizar todas as pessoas que ajudam a fazer a diferença na luta diária contra as desigualdades sociais, estimando que nossas ações façam a diferença na vida das pessoas que mais necessitam.

 


Gislaine Vollet

Por Gislaine Vollet

Formada em Magistério. Graduada em Serviço Social e Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia, Ensino Lúdico e Gestão de Projetos Sociais. Tem ampla experiência nas áreas de formação.

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